quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Ais

Se as bagadas de ar fresco não soassem a mel
infinito doce dos teus lábios glaciais
por mais que finja ser maior do que pétalas de lis
que o teu corpo, pirâmide impermeável, não recebe nunca mais

Se ais não chegam para te desencantar do abismo
amarei sempre cada teu vinco emotivo
de fonte até à morte
de corpo até alma.

Diz-me em murcho o que te vai no coração
Se é pedra ou calo que te prende uma abolição
porque há salteadores de marés
que me levaram a respiração

Senti que se te levo no vento
te trago em elemento



Catarina Miranda